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domingo, 5 de dezembro de 2010

A Calatonia



A Calatonia

é uma técnica de relaxamento profundo que leva à regulação do tônus, promovendo o reequilíbrio físico e psíquico do paciente. Essencialmente falando a Calatonia baseia sua atuação na “sensibilidade táctil”, através da aplicação de estímulos suaves, em áreas do corpo onde se verifica especial concentração de receptores nervosos. Origem do Método: - A técnica foi criada por Pethó Sándor, um médico húngaro que radicou-se no Brasil desde 1949 (até seu falecimento em 1992) aqui desenvolvendo trabalhos clínicos, de pesquisa iniciados quando ainda vivia na Europa na época do pós-guerra. Áreas de aplicação: Desde 1950 a Calatonia vem sendo utilizada no Brasil, por vários profissionais, em especial nas áreas de saúde e educação (Psicólogos, Médicos, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas, Massagistas. Fonoaudiólogos, Educadores, entre outros) em vários contextos, a saber: consultórios, hospitais, pré-escolas, centros de saúde mental, etc. Descrição do Procedimento Básico: O procedimento básico da Calatonia consiste em uma série de 9 toques que o terapeuta realiza na área dos pés: em cada um dos artelhos, em dois pontos da sola dos pés, calcanhares; tornozelos além de mais um toque no início da barriga das pernas.
Pode ser acrescido do décimo toque, conhecido como Calatonia da cabeça, aplicado na nuca (região occipital). Estes toques são feitos em silêncio, de forma simples e suave, durante 2 a 3 minutos em cada um dos pontos citados.

 

O que são os Toques Sutis
Os Toques Sutis são as numerosas modalidades de trabalhos corporais desenvolvidos por Pethö Sándor a partir dos mesmos princípios da Calatonia. Da mesma forma como na Calatonia, os Toques Sutis utilizam-se do alto potencial da sensibilidade cutânea, para proporcionar vivências multissensoriais, ou seja: os estímulos utilizados se fazem sentir tanto a nível físico quanto psíquico, atuando sobre a totalidade do organismo de modo reestruturador. Estes toques, ou seqüência de toques, são aplicados em diferentes partes do corpo onde se localizam articulações, determinadas áreas com extensa sensibilidade nervosa e/ou circulatória, áreas com acesso a processos ósseos, etc. Os critérios de escolha de tais “pontos de toque”, ou estimulação, variam caso à caso, em função do histórico e evolução do processo psicoterápico.
A quem se destina a Calatonia
Em princípio, qualquer pessoa poderá se beneficiar da Calatonia para obtenção de um relaxamento profundo. Porém tal trabalho deverá ser sempre acompanhado por um profissional habilitado, capaz de avaliar e elaborar com o paciente, suas reações à técnica, bem como as possíveis contra-indicações à aplicação do método. Em São Paulo, Brasil já dispomos de relatos de profissionais de diferentes áreas sobre a utilização da Calatonia como recurso auxiliar na Psicologia, Medicina, Educação, Reabilitação Física, Fonoaudiologia, etc. Embora a utilização da Calatonia não vise resultados específicos (uma vez que a reorganização psicofisica é global, e cada organismo reage à sua própria maneira individual e única) esta técnica atua sobre uma variada gama de queixas diante das quais tem-se observado resultados bastante positivos. Por exemplo: tensão muscular, estresse, enxaquecas, asma, obesidade, alergias, distúrbios glandulares, dores, distúrbios de ordem psicossomática, etc.
Toque sutil
"...Calatonia indica um tônus descontraído, solto, mas não apenas do ponto de vista estático e muscular. No original grego o verbo khalaó indica relaxação e também alimentação; afastar-se do estado de ira, fúria e violência; abrir uma porta; desatar as amarras de um odre; deixar ir; perdoar aos pais; retirar todos os véus dos olhos, etc." (Pethö Sándor)
A Calatonia na Psicoterapia

 

A Calatonia, na prática psicoterápica, integra-se como um recurso mobilizador do processo terapêutico, requisitando porém uma formação bastante específica do profissional que a utilize. Esta formação envolve não somente a habilitação prática pelo aprendizado das técnicas, mas também a aquisição de um sólido embasamento teórico, fundamentado na Psicologia Profunda.
Além destes requisitos, é considerado essencial que o terapeuta que pretenda utilizar esta metodologia de intervenção submeta-se à vivência pessoal dentro deste enfoque terapêutico, e realize, a princípio, um trabalho supervisionado.
A Calatonia deu origem a uma metodologia de trabalho psicoterápico:
a "Integração Psicofísica". Essa metodologia alia o conjunto das técnicas de trabalho corporal baseadas na estimulação tátil sutil à Psicologia Analítica de G. G. Jung.
A aplicação psicoterapêutica da Calatonia é utilizada, atualmente, por um representativo grupo de psicólogos clínicos, especialmente na cidade de São Paulo, Brasil, além de outras localidades.

 

A "pele" e o "contato", suave e atento como parte integrante da Psicoterapia
Rosa Maria Farah  - Psicóloga- CRP 06/1315. Professora da Faculdade de Psicologia da PUCSP, onde Coordena o Núcleo: "Integração Psicofísica".
Observação: Este texto foi originalmente elaborado com o objetivo de apresentar aos nossos alunos uma visão sintética sobre a Calatonia e o trabalho desenvolvido por Pethö Sándor, criador desse método de trabalho psicoterapeutico.
Tento encontrar um bom modo de contar ao leitor, um pouco sobre esta forma de trabalho em psicoterapia. Se possível um modo claro e simples, como aquele utilizado por seu autor - Prof. Pethö Sándor - quando falava a respeito de seu método. Penso que uma boa maneira de iniciar nossa conversa possa ser através de um breve histórico sobre sua origem.
O Dr. Sándor era um médico - nascido na Hungria - que na época da segunda grande guerra mundial trabalhava no atendimento de feridos e refugiados em deslocamento pela Europa. Naquele período, dadas as precárias condições geradas pela guerra, com freqüência via-se diante de situações onde os recursos médicos, além de precários, eram de pouca ajuda no atendimento de seus pacientes. Embora sua especialidade fosse a Ginecologia/Obstetrícia, foi designado para o cuidado de pessoas portadoras dos mais variados traumatismos, conforme ele mesmo relatou, ao falar sobre o surgimento de seu método:
"Idealizou-se este método durante a segunda guerra mundial, com base nas observações feitas em casos de readaptação de feridos e congelados, no período posterior à grande retirada da Rússia. Num hospital da Cruz Vermelha foram atendidas as mais diferentes queixas na fase pós operatória, desde membros fantasma e abalamento nervoso, até depressões e reações compulsivas".
Era praticamente impossível, frente à estas pessoas, estabelecer um limite entre o traumatismo físico e o sofrimento psicológico que os atingia. Mas Sándor já estava atento às estreitas relações existentes entre nossos processos corporais e nosso funcionamento psicoemocional. Foi portanto nestas condições algo dramáticas de trabalho, que ele tentou utilizar, sem sucesso, os 'métodos de relaxamento' usuais na época, como por exemplo o método de Shultz. Porém, a gravidade das condições destes pacientes não lhes permitiam a concentração e a colaboração necessárias para a aplicação deste método. Foi quando Sándor observou o seguinte:
"Percebeu-se então, que além da medicação costumeira e dos cuidados de rotina, o contato bipessoal, juntamente com a manipulação suave nas extremidades e na nuca, com certas modificações leves quanto à posição das partes manipuladas, produzia descontração muscular, comutações vasomotoras e recondicionamento do ânimo dos operados, numa escala pouco esperada."
As duas citações acima foram extraídas de um texto dirigido à profissionais. Mas, se traduzirmos sua observação para uma linguagem do cotidiano, podemos dizer que, em síntese, ele está nos contando como e quando começou a perceber "a atuação terapeutica propiciada pelo contato suave atento e cuidadoso", ajudando na recuperação daqueles pacientes.
Quem conhece um pouco da história pessoal do Dr. Sándor sabe o quanto ele mesmo, bem como sua família, foram duramente atingidos pelos horrores da guerra. No entanto, podemos perceber, nas entrelinhas da sua descrição, o tipo de conduta que o levou à estas observações: a atitude compassiva e amorosa que assumia diante do sofrimento de seus pacientes...!
Por mais três anos Sándor trabalhou na Alemanha, cuidando de pacientes com queixas psicológicas ou neuropsiquiátricas. Neste período já começava a sistematizar e fundamentar sua técnica - a primeira sequência dos toques sutis da Calatonia - com base nos conhecimentos da Psicologia e da Neurologia. Em 1949 emigrou para o Brasil, onde prosseguiu seu trabalho, atuando principalmente na área da Psicologia.

Vivendo já em São Paulo, como terapeuta e professor, passou a aplicar e ensinar a Calatonia, que passou a ser conhecida por seus alunos, como um "método de relaxamento". E, como tal, passou a ser utilizada no atendimento psicoterapêutico.
Já sabemos como a Calatonia surgiu, e como chegou até nós. Mas, afinal, no que consiste? Como atua? No que ela difere de outros métodos de relaxamento? Qual sua utilidade? No significado do próprio termo encontramos alguns elementos para responder à estas questões:
Segundo o próprio Prof. Sándor, Calatonia é uma expressão que
"... indica um tônus descontraído, solto, mas não apenas do ponto de vista estático e muscular. No original grego o verbo khalaó indica relaxação e também alimentação, afastar-se do estado de ira, fúria, violência, abrir uma porta, desatar as amarras de um odre, deixar ir, perdoar aos pais, retirar todos os véus dos olhos, etc."
Portanto, podemos dizer que a Calatonia, enquanto método de relaxamento visa, evidentemente, promover efeitos de soltura e/ou distensão muscular, ou seja a "regulação" do tônus. Mas sua atuação vai além do nível apenas muscular, promovendo também "reorganizações psico-fisiológicas" em vários níveis.

Vejamos como isto acontece: o procedimento básico da Calatonia consiste em uma série de "toques", que o terapeuta realiza em vários pontos do corpo do cliente; A sequência de toques mais conhecida - pois foi a primeira ensinada por Sándor - é realizada em nove pontos da área dos pés, acrescida de um toque na nuca (região occipital). Estes toques são feitos em silêncio, de forma simples e suave, durante 1 a 2 minutos em cada um dos pontos citados. Portanto os estímulos realizados pelo terapeuta vão atuar, em princípio, sobre a pele da pessoa que os recebe.
Vale aqui pararmos um momento para mencionar algumas características muito especiais da nossa pele. Esta espécie de "envelope" que estabelece os limites do nosso corpo é, na verdade, altamente provida de minúsculas estruturas: os receptores nervosos. Estudos mais recentes sobre as particularidades e funções dos receptores nervosos da pele já fazem com que autores como Montagu considerem a pele como um "órgão", e não apenas um tecido que nos protege das intempéries...
Assim, segundo este enfoque, a pele é considerada como o nosso principal aparato sensorial. Não apenas porque os nossos órgãos dos sentidos sejam, na verdade, tecido cutâneo que se diferenciou (como acontece com as mucosas da boca, na percepção do paladar); Mas principalmente porque cada milímetro de nossa pele é provido de numerosos "receptores nervosos", ou seja, estruturas neurológicas capazes de captar e conduzir os variados tipos de estímulos: calor, frio, pressão, etc. Como se fossem minúsculos radares, nos mantêm informados sobre a infinidade de estímulos à que somos submetidos à cada instante.
Mas existe ainda uma outra característica importante da pele, que diz respeito à sua própria origem e formação durante nosso desenvolvimento ainda no útero materno: As células que lhe dão origem provêm da mesma camada embrionária da qual se forma nosso sistema nervoso central, ou seja, a ectoderme. A descrição deste fato levou o pesquisador Montagu a escrever esta curiosa observação: "Portanto, o sistema nervoso é uma parte escondida da pele, ou ao contrário, a pele pode ser considerada como a porção exposta do sistema nervoso".
As implicações deste fato podem ser observadas na própria estrutura da nossa pele. Para ilustrar este comentário vamos apresentar no quadro a seguir uma síntese das descrições feitas pelo mesmo autor Montagu sobre a constituição da estrutura da nossa pele. Vejamos como essa estrutura é altamente complexa e potencialmente "sensível" aos estímulos táteis:

Algumas Características da Estrutura da Pele

 

a. O sentido do tato é o primeiro a ser desenvolvido no feto, podendo ser observado ainda no período embrionário, a partir da 6a. semana de vida intra-uterina.
b. Média de Corpúsculos de Meissmer presentes na epiderme por milímetro quadrado:
- Cerca de 80 em crianças.
- Cerca de 20 em adultos.
- Cerca de 4 em idosos.
c. Média de receptores nervosos presentes a cada 100mm2. de pele: Cerca de 640.000.
d. Pontos táteis por cm2 de pele: Cerca de 7 a 135.
e. Número de fibras nervosas oriundas da pele que entram na medula espinal, conduzindo estímulos aferentes: Superior a meio milhão.
f. Outras estruturas presentes em um pedaço de pele com 3 cm de diâmetro:
- 3 milhões de células.
- Entre 100 e 340 glândulas sudoríparas.
- 50 terminações nervosas.
- 90 cm de vasos sanguíneos.
Falando agora do ponto de vista da Psicologia, encontramos hoje em vários autores o reconhecimento da importância do contato - no sentido literal do termo - tanto para o adequado desenvolvimento de uma criança, quanto para a manutenção do equilíbrio psicofísico do adulto. Aliás, se olharmos um pouquinho para trás, vamos perceber que este nem é um achado tão recente da Psicologia: Jung já dizia, em 1935, que no tempo de nossos ancestrais a "consciência" humana formou-se a partir do "relacionamento sensorial da nossa pele com o mundo exterior" (7).
Pesquisadores como Neumann (8) ao estudarem o desenvolvimento infantil, expressaram uma idéia semelhante, ao afirmar que no recém nascido "noção de eu" forma-se gradativamente, a partir do contato que se estabelece entre a criança e sua mãe.
Voltando agora à forma de atuação da Calatonia: Já dissemos que os toques são realizados na pele. Estes estímulos vão portanto atuar sobre os inúmeros receptores nervosos ali existentes. E, mais ainda: vão se propagar naturalmente (9) (através das vias neurológicas aos quais estão conectados) para o sistema nervoso como um todo. Daí percebermos, na prática, que tal atuação se expressa de forma muito particular para cada pessoa com quem trabalhamos.



Para alguns, podem surgir, predominantemente, reações ao nível fisiológico e/ou motor (como "sensações", ou movimentos mais ou menos sutis); Para outros em termos afetivo/emocionais, (na forma de recordações, associações, etc.); Para outros ainda podem ocorrer alterações do estado de consciência análogos àqueles promovidos pela 'meditação', com a eventual recordação de imagens. Imagens estas que, do ponto de vista psicoterapeutico, têm um valor semelhante ao valor dos sonhos.
Assim, a Calatonia atua potencialmente em vários níveis sobre a complexa estrutura psicofísica de cada indivíduo, trazendo à tona elementos, que podem ser elaborados dentro do contexto da psicoterapia. Além disso, pode atuar também promovendo "reequilibrações" do sistema psicofísico, através de processos mais sutís, e um tanto complexos para que os abordemos aqui. Para os leitores interessados neste aspecto, sugerimos a leitura dos casos clínicos relatados no livro "Técnicas de Relaxamento" (10), indicado ao final.



Mas, se aceitarmos que a principal meta da psicoterapia é criar condições para que a pessoa amplie a consciência que tem de si própria, a ponto de poder expressar tão plenamente quanto possível suas potencialidades individuais com equilíbrio e criatividade; Se aceitarmos ainda que cada pessoa é um todo indivisível e que seu corpo e seu psiquismo são apenas diferentes formas de expressão desta mesma unidade sincrônica, então podemos entender a função da Calatonia, como um importante recurso na facilitação do nosso acesso ao mundo interno do ser humano.
Conforme podemos perceber no parágrafo acima, a forma de trabalho terapêutico que Sándor desenvolveu trás implícita uma determinada maneira de entender tanto a natureza do ser humano, quanto a função da psicoterapia. De fato, a Calatonia, mais do que uma simples técnica, (que se define pelos seus procedimentos práticos) constitui-se hoje em um método de trabalho terapêutico. Método este que integra elementos da Psicologia Profunda (em especial as idéias de Jung) visando promover a integração psicofísica do indivíduo.
Pode ser importante ainda acrescentar aqui algo a respeito dos desenvolvimentos mais atuais deste método. Com relação aos toques descritos no início desta nossa conversa, cabe dizer que aquela foi a forma inicial da Calatonia. Ao longo de mais de quarenta anos de trabalho o Prof. Sándor foi acrescentando inúmeros outros procedimentos àquela sequência inicial, conhecida como "toques nos pés": Mantendo sempre as características básicas da atuação (ou seja os estímulos táteis, realizados de forma suave) idealizou muitas novas formas de toques, além de realizar e transmitir aos seus alunos farta pesquisa sobre os processos anátamo/fisiológicos envolvidos na aplicação destes toques.
Finalmente, cabe dizer ainda que este método, embora tão estreitamente baseado em fundamentos psicológicos, não se constitui em um recurso de uso estritamente psicoterapêutico. Vários colegas, de áreas afins têm já relatado a sua efetiva utilidade em campos variados, tais como na Fonoaudiologia, na Fisioterapia, na Odontologia, na Pedagogia, etc.

O Prof. Sándor veio a falecer, de forma inesperada para nós, a 28 de Janeiro de 1992, ainda em plena atividade criativa. Seu trabalho no entanto continua através das atividades de vários grupos de estudos, conduzidos por seus ex-alunos. Prosseguem também, no Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo, as atividades do curso de "Cinesiologia Psicológica", ao qual Sándor vinha se dedicando com especial empenho nos últimos anos, promovendo a formação de novos terapeutas.


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