O câncer de rim, terceiro tipo mais freqüente do aparelho genitourinário, já pode ser tratado de forma menos invasiva, menos dolorosa e sem a necessidade de se retirar totalmente os rins. Com o objetivo de preservar o órgão, proporcionar uma melhora rápida ao paciente e evitar que ele faça diálise para o resto da vida, já está sendo utilizada no Brasil a crioterapia, técnica de congelamento do tumor altamente eficiente na cura desse tipo de doença.
“Conseguimos destruir totalmente cerca de 90% dos tumores com até três centímetros”, explica o urologista do Hospital Albert Einstein de São Paulo, Dr. Oskar Kaufmann, cirurgião com grande experiência nesse tipo de procedimento. “Outro ponto positivo é a possibilidade de tratar múltiplos tumores em uma única cirurgia”, explica o médico que acaba de retornar dos Estados Unidos, onde apresentou um estudo sobre novas aplicações da cirurgia robótica em urologia durante o Congresso da Associação Americana de Urologia em São Francisco, Califórnia. Ele também recebeu o Prêmio Outstanding Paper Award of the Engineering and Urology Society and Society of Endourology por um de seus estudos sobre crioterapia realizado na Universidade da California.
Queima a frio do câncer de rim
O procedimento da crioterapia é bem simples e leva cerca de duas horas dependendo da técnica utilizada. Por meio de três ou quatro incisões pequenas no abdômen, o cirurgião isola o tumor renal, guiado por videolaparoscopia. Depois de afastar os órgãos próximos, como fígado e baço, ele introduz agulhas muito finas diretamente no tumor e numa pequena margem do rim normal. O argônio sob pressão passa pelo interior das agulhas a uma temperatura de até -125º C, congelando o tecido ao redor.
Temperaturas abaixo de 20º C são suficientes para promover a morte celular. Portanto, são realizados durante a cirurgia dois ciclos de congelamento para garantir que a temperatura seja adequada ao final do processo. “O resultado é a destruição total das células cancerígenas do local, que ficam mortas e completamente inativas”, conclui o médico.
"Minimamente invasiva, essa técnica favorece e muito a recuperação do paciente, além de preservar o rim e evitar que ele precise fazer diálise para o resto da vida”, comenta Dr. Kaufmann. O período de internação é de no máximo 24 horas e o paciente tem poucas chances de complicações pós-operatórias, além de uma recuperação muito mais rápida com retorno às atividades cotidianas em ate uma semana.
"Minimamente invasiva, essa técnica favorece e muito a recuperação do paciente, além de preservar o rim e evitar que ele precise fazer diálise para o resto da vida”, comenta Dr. Kaufmann. O período de internação é de no máximo 24 horas e o paciente tem poucas chances de complicações pós-operatórias, além de uma recuperação muito mais rápida com retorno às atividades cotidianas em ate uma semana.
Fatores de risco e sintomas do câncer de rim
Estudos indicam que a incidência mundial do câncer de rim aumentou 43% nas últimas três décadas e atualmente equivale a 3% dos carcinomas em adultos. Os tumores do parênquima renal correspondem a 2-3% de todas as neoplasias malignas e tem uma incidência de 30 mil casos novos/ano e 12 mil mortes/ano nos Estados Unidos. No Brasil estima-se uma incidência de 7-10 casos/100 mil habitantes/ano. Esse tipo de câncer é duas vezes mais freqüente nos homens do que nas mulheres e ocorre principalmente entre 50 e 70 anos de idade.
Segundo o urologista, os fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento de um tumor renal são o tabagismo, obesidade, hipertensão, histórico familiar de câncer de rim e uso prolongado de medicamentos diuréticos.
Entre os principais sintomas do tumor de rim estão dor na região lombar, emagrecimento, sangue na urina e massa abdominal palpável. “Normalmente, o paciente descobre a doença ao fazer exames de rotina como a ultrassonografia do abdômen ou tomografia computadorizada que podem indicar o problema precocemente”. Nesses casos, as chances de cura são superiores a 90%, já que os tumores são menores.
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