Medos extremos
FOBIA é actualmente o termo utilizado para nomear o medo extremo de um elemento determinado (animal ou meio de transporte, entre muitos outros exemplos possíveis), de um espaço aberto ou fechado (agorafobia ou claustrofobia, respectivamente) ou de uma situação social (convívio, ensino, palestras, etc.). Estes medos determinam o desenvolvimento de grande sofrimento, sendo percebidos como excedendo as capacidades pessoais de tranquilização e acção. Embora percebendo-se que aquele medo foge do que é comum, não se consegue evitá-lo, o que pode limitar em maior ou menor grau a actividade pessoal.
Sabemos que, ter medo assegura-nos protecção face ao possível perigo de lesão ou mesmo morte. É necessário à sobrevivência pois protege. Mas, claro, já sabemos, quem muito medo tem, pouco vai mais além… Fica limitado, muito aprisionado. E, quanto mais fugimos do medo, mais somos por ele controlados e mais presos a ele ficamos. Torna-se paralisante.
Os medos de que se fala podem ser muitos. Pode ser medo de não conseguir fazer. Medo de não ser capaz, de não encontrar capacidades. Medo de se deixar dominar, medo de não conseguir enfrentar. Medo de ser humilhado, medo de ser rejeitado. Medo de não agradar. Medo de desgostar alguém, de deprimir alguém. Medo de perder o controlo, de se descontrolar. Medo de ser magoado, medo de ser ferido. Enfim, medo de sofrer, medo de morrer.
Estes medos extremos fazem-nos parecer estúpidos. Perante eles, parecemos perder a capacidade de raciocinar. Ficamos centrados no medo que se tem, e aniquila-se a capacidade de avaliar a real capacidade de lidar com as situações e elementos temidos. A sequência é esta: medo ð evitamento ð medo reforçado. O que acontece porque a fobia ,(o medo extremo) liga-se à insegurança e gira à volta da percepção de ter ou não ter controlo. Quer controlo sobre o medo, quer controlo sobre o elemento assustador. Quando alguém tem medo, quanto mais foge daquilo que o assusta mais medo tem. Porque se assusta com o quanto se sente incapaz de lidar com aquilo de que tem medo.
Pois bem, melhor que fugir é enfrentar. Aquilo que é enfrentável e passível de ser vencido, claro. Por muito assustador que isto inicialmente possa parecer. Talvez enfrentar de fininho, como quem não quer a coisa. De soslaio, como quem observa de fora… Para isso, antes de enfrentar, à que identificar o que é que é temido, o que poderá ser uma aventura no campo da descoberta pessoal. Podemos até estar perante um medo mascarado, um medo que disfarçadamente simboliza uma outra angústia pessoal.
Por: Dora Bicho
0 comentários:
Enviar um comentário