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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

-Os transtornos de sono-


Problemas de sono começam cedo, na mais tenra chupeta. Tem seu início log que o recém nascido chega a casa. No manual de instruções, deixaram de fora as dicas para os papais, dizendo que um bebê não tem hora par dormir. Bebês são assim, dormem quando querem e, se resolverem ter uma crise de insônia e curtir uma madrugada intensa, tudo bem, azar do papai e da mamãe. Para compensar, dormem durante o dia... pequena mania vampiresca.
Bebês são interessantes de observarmos, sobretudo se o assunto em pauta for o sono. Além dos fatores acima citados, suas manifestações oníricas são bem intensas. Do dedo na boca imitando a mamadeira ou o seio, a verdadeiros discursos de oratória escandinava com sotaque nagô (inteligível), tudo isto se manifesta. Quem é, ou foi pai e, um dia parou para ver sua cria dormindo, sabe do que descrevemos. As crianças vivem seu sono, com muita intensidade.
Já mais velhas com seus 3 ou 4 aninhos começam a verbalizar os pesadelos. Muitas vezes achava que bebes assustados à noite tinham pesadelos, mas como saber o que sonharam? Na pratica por educação, verificamos fraldas, lhe damos mamadeiras ou o peito, brincamos e damos carinho. Mas um bebê não tem como falar o que sonhou. Já com dois ou três anos, verbalizando, descobrimos todo um acervo de manifestações oníricas bem peculiares que mesclam a fantasia à realidade. E o mais interessante é a intensidade com que vivem.
Divaguei para mostrar ao leitor como são comuns em crianças nossas queixas de adultos acerca do nosso sono: insônia, hipersônia, pesadelos, roncos, sono agitado. Tudo sempre esteve ali, desde a mais tenra chupeta. A diferença dos problemas dos adultos, com o sono comparado ao das crianças, advém da carga de ansiedade a qual uma criança pouco acumulou ao longo de sua vida. Já um adulto, em uma crise neurótica cheio de estresse e forte ansiedade, somatizará mais problemas com seu sono.
Um pesadelo em um adulto ansioso, quando se repete por várias vezes, pode acarretar em uma situação de terror noturno, com facilidade. É comum em situações de crise e de alta ansiedade a manifestação freqüente de pesadelos o que mostra o desequilíbrio da estrutura psíquica e afetiva do indivíduo naquele período, visto que tais sonhos trazem a luz todo um conteúdo ao qual denominamos de Complexos-conjuntos de idéias carregadas afetivamente. Os pesadelos denunciam os Complexos autônomos da psiqué.

Como exemplo cito o caso de um rapaz que sonhava com pessoas lhe seguindo, sempre com a intenção de lhe fazer mal. Era seguido em carros com vidro fumê, em assaltos, tudo em seus sonhos que eram freqüentes, sempre com a mesma temática há anos. O rapaz tinha sua auto estima baixa, e sentia se invariavelmente perseguido em tudo que fazia. Achava se não merecedor das coisas que conquistava por seu trabalho. Seus pesadelos foram uma sinalização ignorada por anos de sua própria psiqué que mostrava o que era necessário trabalhar para reencontrar seu equilíbrio.

Em pessoas ansiosas, depressivas, com forte carga de tensão, com fobias ou pânico nestes quadros distúrbios de sono são extremamente comuns, devido a todo um processo sintomático ligado ao quadro psíquico de um paciente.
Todavia como em todo resto da área de saúde temos compartimentalizado a vida do ser humano.

Muita especialidade para pouca prática e, ao segmentarmos cada vez mais o indivíduo, perde-se focos referenciais importantíssimos para um tratamento de saúde. Jamais podemos esquecer que embora existam divisões acadêmicas que procuram reservas de mercado, que somos uma totalidade indivisível entre corpo físico, afetos, mente e espírito. E que esta totalidade terá uma dinâmica própria aliada à carga genética, misturada a influência do meio sócio-ambiental, abarcando valores culturais vigentes, todo este conjunto que acabará por responder a toda sorte de pressões adaptativas internas e externas. Resumindo: querendo ou não os modismos terapêuticos, somos um todo.
A questão toda da ciência voltou-se aos mecanismos biológicos e físicos do sono, deixando a produção onírica, os sonhos de lado. Resquícios de um materialismo? Perda da capacidade contemporânea de simbolização? Seja lá como for o mecanismo é inteiro e sem divisões, do sono surge o sonho e, o conteúdo do sonho traz à luz um "auto-retrato de nossa psique" que pelo sonho mostra-se em sua totalidade.

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